quinta-feira, 28 de abril de 2011

Simplesmente palavras


Tantas palavras eu já escrevi
Sobre sentimentos que eu me perdi
Tantas palavras que foram declaração
A um amor que só vive em meu coração

Tantas palavras em busca de mim
Tentativas em vão que não chega ao fim
Tantas palavras que não me disseram nada
Mas que quase sempre me servem de espada

Tantas palavras que ainda vou escrever
Na  tentativa  inútil  de  te  convencer
Que estas tantas palavras não são suficiente
Para  que  eu consiga te tirar da minha mente...

Saulo Prado

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quem é ela?

Ela vive distante e tão perto de mim
O meu amor é algo que não tem fim
Ela faz a tristeza ser a minha felicidade
Não troco por nada a sua saudade

Ela me completa me dividindo ao meio
Distante  dela  também  sou  inteiro
Ela me faz sonhar sendo a minha insônia
Por ela minha honra é uma infâmia

Ela   partiu   se   estalando   de   vez
Hoje  da solidão  sou  o  maior  freguês
Ela é tudo que preciso e não meu querer
Por  isso  ela  é  o  meu  motivo  de  viver...

Saulo Prado

domingo, 24 de abril de 2011

Somente nada


Nenhuma poesia existe na solidão
Ela é a mentira sórdida do coração
Nenhum  verso  se  faz   sozinho
As palavras também necessitam de carinho

Nenhuma esperança sobrevive no vazio
O  nada  é  alma  de  um  corpo  vadio
Nenhum momento é eterno sem amor
O tempo só sobrevive onde não existe dor

Nenhuma frase minha vale a pena ler
Os sentimentos eu tive que esquecer
Por que nem um homem sobrevive à saudade
De  uma  mulher  que  sua  alma  invade...

Saulo Prado

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Como surgiu a ideia da nova capital

Fugindo um pouco do tema do meu Blog, vou postar  uma matéria, que saiu em uma importante revista de Brasília, que conta uma parte importante da historia do Brasil e também da minha amada cidade Jataí, confira e comente a matéria, e ajude a divulgar, assim estaremos divulgando o quanto jataí é importante na historia do Brasil...


Juscelino afirmou que, olhando para o firmamento, viu o Cruzeiro do Sul, e uma estrela se comunicou com ele. JK disse que essa estrela falou para ele o seguinte: “Você vai ser o futuro presidente do Brasil”. Voltando para Belo Horizonte, ele organizou seu comitê de campanha presidencial e encontrou lá o recado de um político daqui, um senador por Goiás: Dário Délio Cardoso.
Dário dizia que JK estava com muitas possibilidades de ser o futuro presidente, mas que não deveria começar sua campanha fazendo comícios nos grandes centros. Isso era a advertência de um político daqui de Goiás, porque JK estava sendo perseguido pelos militares. Então, ele deveria começar sua campanha pelo interior. Em Goiás, na cidade de Jataí, existia a maior força política do seu partido, o PSD [Partido Social Democrático]. E aí ele perguntou: “Quem é a liderança política aí, em Jataí?”. E, então, informaram a ele: “doutor Serafim de Carvalho”, que era médico também e foi contemporâneo de estudos de Juscelino. Ele conhecia o doutor Serafim. Quando Juscelino tomou conhecimento de que aqui, em Jataí, no interior de Goiás, havia o maior reduto pessedista do país e que a liderança era do doutor Serafim, ele falou: “Não tem mais o que discutir”. Ele me contou depois, pessoalmente! “Vai ser lá”, me disse, em 1972, no Rio.
Naquele ano [1972], eu fiz uma visita para ele, no Rio, por intermédio da revista Manchete. Foi quando ele me contou muitos detalhes desse dia. Como naquele tempo Jataí não tinha telefone ainda, porque isso foi em 1955, Juscelino passou um telegrama ao doutor Serafim, para lhe comunicar que, no dia 31 de março, que era a data prevista na legislação eleitoral da época, ele, Juscelino, deixaria o governo ao seu substituto legal, o vice-governador de Minas, e faria seu primeiro comício em Jataí, iniciando sua campanha presidencial por lá. Doutor Serafim recebeu esse telegrama em um domingo, dentro da igreja. Terminada a missa, o doutor Serafim chamou muitos amigos para a porta da igreja e mostrou aquele telegrama do Juscelino, que dizia que JK iniciaria sua campanha por aqui, menos de uma semana depois. Isso foi em 27 de março.
A população ficou emocionada! A minha participação na história de Brasília começou nesse dia. Eu estava com os amigos na porta de igreja, tinha 29 anos, quando Serafim me chamou. Então, me chamou e me pediu para levar aquele telegrama à casa do prefeito, que também era nosso parente e amigo, doutor Luziano de Carvalho. Levei o telegrama para ele. Em seguida, fomos à casa do doutor Serafim, para estudar, preparar a recepção ao candidato, que seria dali a uma semana. Havia tempo para tudo. E o prefeito organizou uma grande recepção ao candidato no dia quatro de abril.
Quando eram 10h da manhã, conforme o telegrama do candidato, o avião sobrevoou a cidade, um Douglas DC 3 daquela época, prefixo ANY, e aterrissou no aeroporto. Jataí não tinha calçamento. Quando era época de poeira, tinha muita poeira, quando era época de chuva, muita lama. Mas naquele dia amanheceu um céu limpo, aberto, estava muito bom.
Foi feita uma grande recepção, com muita gente no aeroporto, uma recepção festiva, cheia de entusiasmo, mas muita gente mesmo! A cidade ficou repleta. Uma cidade do interior como Jataí, com 12 a 15 mil habitantes, receber um candidato à Presidência da República, para fazer seu primeiro comício, tinha uma importância muito grande para nós. Nós, entusiasmados com o fato, organizamos um grande cortejo pelas principais ruas da cidade, ele na frente em um carro conversível, com o doutor Serafim, e a praça já organizada para um grande comício. A praça, com o pessoal lá, esperando, serviço de alto falante, palanque organizado, montado, e nós, o povo, atrás do candidato.
Quando foi anunciada a presença do candidato à Presidência da República, doutor Juscelino Kubitschek, começou a ventar e a chover. Você precisava ver... Depois, ele deixou escrito que: “Aquele imprevisto foi uma predestinação política. E o Toniquinho foi escolhido lá de cima para fazer aquela pergunta”. Se o comício fosse na praça, muita gente iria usar da palavra, mas como atrasou, houve esse imprevisto, a mudança do local do comício também não havia sido prevista. O comício foi improvisado no barracão de uma oficina mecânica que havia lá por perto. Chovendo, com o povo saindo da praça, o prefeito anunciou que o comício estava sendo transferido para o barracão de uma antiga marca de carros da época.
O palanque era um caminhão velho que estava no conserto, existe até uma fotografia. Doutor José Feliciano Ferreira, que era nosso deputado estadual, de Jataí, fez a apresentação do candidato, e depois foi Juscelino. Ele fez um discurso muito eloquente, cheio de entusiasmo. Ressaltou muito o seu desejo incontestável de cumprir a Constituição. Depois, em um encontro que tivemos no Rio, ele me contou o porquê da estratégia política dele em falar muito em cumprir a Constituição. Relatou-me que o motivo foi o fato de a sua candidatura estar sendo ameaçada, porque os militares não queriam que ele fosse candidato. Se ele falava muito em cumprir a Constituição, é porque não queria fazer nada errado. Ele queria fazer tudo certo... Eu, por coincidência, vi muito, na Constituição, aquele dispositivo constitucional que falava sobre a mudança da capital.
Juscelino quis dialogar com o povo. Ele disse que, quando foi candidato a governador em Minas, fez isso, e deu muito certo. Foi muito bom, porque o povo gostava de fazer perguntas, sugerir alguma coisa. E naquele quatro de abril, no palanque do caminhãozinho, ele queria conhecer a opinião daquele povo ali presente sobre o momento político brasileiro.
Ninguém falava nada. Todo mundo quietinho, o povo do interior, tímido, humilde, e ele pediu, porque queria que a população manifestasse alguma coisa. Até que eu, com o coração saindo pela boca de emoção... levantei o dedo e perguntei para ele: “Já que Vossa Excelência falou tanto em cumprir a Constituição, nós gostaríamos de saber, se eleito for, se o senhor vai mudar a capital para o Planalto Central goiano, conforme está previsto na Constituição”.
Ele se assustou com a minha pergunta. Estava todo esguio lá em cima, com a cabeça erguida... E, então, deu uma murchada. Ele não esperava uma pergunta daquela. Olhou para um lado, para o outro, para os seus companheiros de palanque. Durante mais ou menos um minuto, ele ficou olhando para os lados, como quem diz: “E agora?”. E me respondeu: “Como candidato a presidente da República, não posso ignorar esse dispositivo constitucional”. Ele me disse depois, ainda, que a minha pergunta, naquele momento, era embaraçosa, difícil, mas, ao mesmo tempo, muito oportuna e feliz. Sem dúvida, era um homem de muita coragem e de muita decisão. Afirmou que, a partir daquele momento, faria daquela pergunta o objetivo principal da sua campanha e de sua administração, se eleito fosse. O povo aplaudiu demais...
Eu tenho três cartas dele, além de documentos. Em 1961, quando ele deixou o governo, agradeceu a todos os seus amigos que, de uma forma ou de outra, colaboraram com ele. Eu fui uma das pessoas que recebeu uma carta dessas. Eu tive esses contatos com ele. Visitei-o no Palácio da Alvorada também, em Brasília, na época da construção. Conheci Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, acompanhados por ele. De Jataí, JK seguiu para Anápolis e, de Anápolis, ainda ia a Manaus, para onde tinha sido convidado a fim de participar de uma inauguração, a descoberta de um poço de petróleo em Nova Olinda, no estado do Amazonas. Em Anápolis, Juscelino falou do compromisso dele feito em Jataí. Também fez o mesmo em Manaus. A partir daí, ele desenvolveu a sua campanha, começando pelo interior. E obteve êxito, com 500 mil votos de diferença para o segundo colocado!
Sinto-me feliz e gratificado por ser considerado o estímulo à construção de Brasília. Hoje, sou conhecido em todo o estado de Goiás como Toniquinho JK.

Matéria retirada por Saulo Prado da
“ Revista Brasília em Dia"

terça-feira, 19 de abril de 2011

Decisão de dois


Se seu silêncio tem algo a me dizer
Diga agora ou pode esquecer
Eu não vou ser vitima da sua solidão
E viver nesta nossa farsa chamada união

Se sua dor for maior que a minha
E minha companhia te deixa sozinha
Vamos dar uma basta nesta mentira
O amor não é uma dança de catira

Se você não consegue aceitar o fim
E prefere mentir para você e pra mim
Eu vou terminar com este nosso teatro
Nossa vida esta pronta para um próximo ato...

Saulo Prado

domingo, 17 de abril de 2011

Nosso pequeno apogeu


As nuvens no céu
Estas palavras neste papel
Sentimentos que vivem escondidos
Amores que só foram prometidos

As pessoas nas ruas
Corpos de mulheres quase nuas
E o amor que se perdeu
Na grande decepção que ele sofreu

As águas do mar
Ou a conjunção do verbo amar
Tudo que um dia foi poesia
Hoje se cala em sua boca fria...
Saulo Prado

sábado, 16 de abril de 2011

Minha morte



Chegou a hora de partir
E a morte não me deixa despedir
Vou como quem tem medo
E junto de mim enterro meus segredos

Meus olhos estão se fechando
E a vida de mim se escapando
Não sei se existe o paraíso
Mas  dele eu não preciso

Sou um pecador nato
E aqui confesso neste meu relato
Que meu maior pecado foi viver
Acreditando que nunca iria morrer...

Saulo Prado

“E quando minha morte chegar, espero estar vivo o suficiente, para que com ela eu possa dançar”

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