O nada também grita

Muitas vezes me entrego às palavras sem medo

E confesso que até com um certo exagero

Vou deixando meus sentimentos se apossarem de mim

E quando percebo tudo que vem da razão, para mim chegou ao fim

Palavras que muitos não se atreveriam a dizer

Eu escrevo como se em mim, o pecado não conseguisse se esconder

Revelo todas as minhas mentiras,

Também não deixo de lado as minhas intrigas

E sem me preocupar com o pudor

Trabalho todo o meu lixo, na esperança que nasça uma flor

E assim vou contando os meus pecados

Das noites que com elas eu durmo pelado

E como se fosse um anjo em busca de suas asas

Eu me entrego sem medo ao vazio de minha casa

Deixo toda a minha pretensão falar

Quem sabe nela eu consiga a pureza encontrar

Sou um homem, que quer do fundo de seu coração, se apaixonar

Mas que infelizmente até hoje, só conseguiu fazer ela, chorar...

Saulo Prado